Clima: os desafios da espécie humana diante das mudanças climáticas (Envolverde)

Um informe da Organização das Nações Unidas sobre mudança climática apresenta uma nova perspectiva humana em relação a um debate centrado principalmente na eficiência energética e nas emissões industriais de carbono. A mudança climática é muito mais do que emissões de gases que provocam o efeito estufa, diz o estudo apresentado ontem pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Também é a dinâmica demográfica, a pobreza e a igualdade de gênero, acrescenta.

“Na medida em que a velocidade do crescimento demográfico, das economias e do consumo superarem a capacidade de ajuste da Terra, a mudança climática pode se tornar muito mais grave e, possivelmente, catastrófica”, adverte o documento “Estado da População Mundial 2009” . A diretora-executiva do UNFPA, Thoraya Ahmed Obaid, destacou que o dano ambiental é “um dos riscos mais injustos de nosso tempo. A pegada de carbono de milhares de milhões de pessoas mais pobres sobre a Terra é de 3% do total mundial, embora sejam os pobres, especialmente as mulheres pobres, que suportarão a desproporcional carga da mudança climática”.
Em um contexto de aumento da população mundial – que se aproxima dos sete bilhões de pessoas – há cada vez mais evidências de que a mudança climática é consequência, principalmente, da atividade das pessoas. “A influência da atividade humana sobre o clima é complexa; diz respeito ao que consumimos, ao tipo de energia que produzimos e utilizamos, se vivemos na cidade ou em uma fazenda, em um país rico ou pobre, se somos jovens ou velhos, o que comemos e, inclusive, na medida em que mulheres e homens desfrutam de igualdade de direitos e oportunidades”, diz o informe.

O estudo é divulgado pouco antes da 15ª Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 15), que acontecerá de 7 a 18 de dezembro em Copenhague. Um acordo internacional que ajude a reduzir as emissões de gases-estufa e que aproveite a perspectiva e a criatividade de mulheres e homens servirá para lançar uma estratégia mundial efetiva de longo prazo para abordar a mudança climática. Mas, em uma cúpula de líderes mundiais realizada na semana passada em Cingapura decidiu-se apostar somente em um acordo “politicamente vinculante” na capital dinamarquesa e esquecer do tratado legalmente vinculante, talvez até uma futura cúpula do próximo ano no México.
Consultado sobre o volátil cenário político, Richard Kollodge, editor do estudo do UNFP, disse à IPS: “Tenha, ou não, a conferência de Copenhague como resultado um tratado ratificável sobre mudança climática, o processo de trabalhar para um acordo global que estabilize o clima e enfrente os impactos continuará” por muito tempo. O UNFPA continuará promovendo o poder das mulheres, mediante a educação das meninas e maior acesso à saúde reprodutiva e ao planejamento familiar voluntário, acrescentou. Kollodge também disse que este informe terá relevância além de Copenhague.
 
Ao dirigir-se aos presentes na última cúpula da ONU sobre mudança climática, em setembro, a presidente da Finlândia, Tarja Halonen, centrou-se na perspectiva de gênero. “Sabemos que a mudança climática afetará mais seriamente as regiões mais pobres e os grupos humanos mais fracos”, afirmou. Aproximadamente 70% dos pobres do mundo são mulheres, e elas é que sofrerão mais os efeitos da mudança climática, acrescentou. “Ao ajudar as mulheres a sobreviverem em seus contexto.





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