AQUECIMENTO GLOBAL E VERTICALIZAÇÃO DO EIXO DA TERRA

Mudança climática pode afetar inclinação do eixo da Terra.

Há alguns dias falávamos sobre os perigos do aquecimento dos oceanos, como o desaparecimento dos corais. Agora, um estudo publicado esta semana adverte sobre um novo perigo: o de uma possível alteração na inclinação do eixo terrestre.

A Terra gira em torno de um eixo que possui uma inclinação de 23,5 graus na vertical, e esta posição está constantemente mudando à medida que se altera a distribuição das massas de terra sobre o planeta. Segundo um artigo da New Scientist, já foi comprovado que a mudança climática altera o eixo terrestre. De fato, o derretimento das geleiras da Groenlândia está fazendo com que o eixo se incline 2,6 centímetros anualmente, e é provável que este número aumente nos próximos anos.

Mas agora, descobriu-se que o aquecimento do oceano também pode aumentar a inclinação do eixo terrrestre.

Um grupo de cientistas realizou projeções sobre o que ocorreria se os níveis de dióxido de carbono duplicassem no período 2000-2100. Segundo o estudo, quando os oceanos se aquecem e se expandem, mais água é “empurrada” em direção à superfície do oceano, e este efeito poderia fazer a Terra se mover 1,5 centímetros por ano em direção ao Alasca e Havaí.

Os pesquisadores advertiram que a mudança climática também poderia afetar a velocidade de rotação terrestre: se as massas de terra se redistribuírem em latitudes mais altas, isso poderia fazer o planeta girar com uma velocidade maior.

Apesar de estas descobertas não representarem, neste momento, uma ameaça ou mudança iminente, elas demonstram até que ponto o aquecimento global pode afetar o equilíbrio da terra. E reafirmam a necessidade de um acordo em Copenhaguen que detenha as emissões de gases do efeito-estufa na atmosfera.

AMEAÇA SOLAR

Sob a face fervilhante do Sol está uma ameaça que poderia mandar o mundo de volta à Idade da Pedra. O engenheiro Wright tenta convencer a prefeita de Nova Iorque a agir antes que seja tarde. Sobreviveremos à tempestade solar?
http://www.youtube.com/watch?v=ci1g3r09rNg


FIM DOS TEMPOS NÃO ACONTECERÁ EM 2012, DIZ A NASA

Na semana passada, a Agência Espacial Americana (Nasa) anunciou que o mundo não ia acabar - pelo menos não em curto prazo. No ano passado, o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), declarou a mesma coisa, o que se pode imaginar, seja uma boa notícia para aqueles dentre nós que costumam se assustar com qualquer coisa. Quando é que duas instituições científicas desse grau de competência já haviam garantido à humanidade que tudo ficaria bem?

Os pronunciamentos do Cern tinham por objetivo atenuar a preocupação quanto à possibilidade de que seu novo acelerador de partículas, o Large Hadron Collider (LHC), viesse a criar um buraco negro capaz de devorar o planeta.

Já os anúncios da Nasa, feitos em forma de uma série de posts em seu site e de um vídeo postado no YouTube, eram resposta à preocupação quanto à possibilidade de que o mundo acabe em 21 de dezembro de 2012, quando um ciclo de 5.125 anos conhecido como "Contagem Longa", no calendário maia, supostamente deve chegar ao fim.

Os rumores sobre o fim do mundo atingiram o ponto de fervura com o lançamento de '2012', novo filme de Roland Emmerich, que no passado já havia infligido previsões catastróficas ao planeta, em forma de ataque alienígena e era glacial, nos longas 'Independence Day' e 'O Dia Depois de Amanhã'.

Em seu novo trabalho, um alinhamento entre o Sol e o centro da galáxia, em 21 de dezembro de 2012, faz com que o Sol sofra tempestades em sua superfície, que lançam ao espaço partículas subatômicas difíceis de detectar conhecidas como neutrinos. De alguma forma, os neutrinos se transmutam em outras partículas, o que resulta em aquecimento do núcleo planetário da Terra.

A crosta terrestre perde sua estrutura e começa a enfraquecer e deslizar. Los Angeles desliza para dentro do oceano; o vulcão Yellowstone entra em erupção, o que recobre a América do Norte de cinzas negras. Maremotos gigantescos varrem o Himalaia, onde os governos do planeta haviam construído secretamente uma frota de navios que permitirão a 400 mil pessoas seletas sobreviver à calamidade.

Mas essa é apenas uma das versões de apocalipse em circulação. Em outras variações, um planeta chamado Nbiru colide com a Terra, ou o campo magnético de nosso planeta se inverte. Existem centenas de livros dedicados a 2012, bem como milhões de sites, a depender de que combinação entre '2012' e 'juízo final' você digite no Google.

E tudo isso é pura bobagem, dizem os astrônomo:

"A maior parte do que é alegado quanto a 2012 depende de uma imensa credulidade, de sandices pseudocientíficas, de uma completa ignorância quanto à astronomia e de um nível de paranóia digna de um filme sobre zumbis", escreveu Ed Krupp, diretor do Observatório Griffith, em Los Angeles e especialista em astronomia do passado, em artigo para a edição de novembro da revista Sky & Telescope."

Um porta-voz da Nasa, Dwayne Brown, afirmou que a agência não comenta sobre filmes, e que isso é tarefa para críticos de cinema. Mas quando o assunto é ciência, disse Brown, "consideramos que seria prudente oferecer uma base de recursos".

Se você deseja se preocupar, afirmam os cientistas, deveria pensar sobre a mudança no clima mundial, asteróides em trajetórias imprevisíveis ou guerra nuclear. Mas caso seu interesse seja a especulação sobre passadas profecias, eis alguns fatos que Morrison e outros estudiosos acreditam você deva conhecer.

Para começar, concordam os astrônomos, não existe nada de especial em um alinhamento celeste entre o Sol e o centro da galáxia. E, de qualquer forma, o Sol e o centro galáctico não coincidirão exatamente nem mesmo em 2012.

Se existisse outro planeta em rota de colisão com o nosso, todo mundo já o teria avistado, a essa altura. E quanto às ferozes tempestades solares, o próximo ponto máximo de atividade solar não acontecerá antes de 2013, e mesmo assim não será muito intenso, de acordo com os astrônomos.

O apocalipse geológico é uma aposta mais plausível. Já aconteceram grandes terremotos na Califórnia, e é provável que voltem a acontecer. Esses abalos poderiam destruir Los Angeles, tal como o filme mostra, e Yellowstone poderia entrar em erupção mais uma vez, e com força cataclísmica, mais cedo ou mais tarde. Os seres humanos e aquilo que constroem são de fato ocupantes temporários e frágeis do planeta. Mas, no caso em questão, "mais cedo ou mais tarde" quer dizer um prazo de centenas de anos, e haveria alertas consideráveis antes do evento.

Os maias, cuja astronomia e capacidade de medição do tempo eram avançadas o suficiente para permitir que previssem a posição do planeta Vênus 500 anos no futuro, mereciam tratamento melhor.

O tempo maia era cíclico, e especialistas como Krupp e Anthony Aveni, astrônomo e antropólogo da Universidade Colgate, dizem não haver provas de que os maias imaginassem que algo de especial aconteceria quando o hodômetro zerasse de novo em 2012, depois da Contagem Longa.

Pessoalmente, penso que a verdade é relativa.

PROJETO ARCA DE NOÉ







Encravado no gelo, o cofre vai abrigar sementes com o objetivo de preservar toda a vida vegetal presente no planeta. Essa caverna de alta tecnologia é equipada com portas de aço blindadas, câmeras e detectores de movimentos e será monitorada a distância.

O cofre tem capacidade para armazenar e conservar até 4,5 milhões de amostras de sementes e 2 bilhões de sementes de todas as espécies cultivadas pelo ser humano. Esse patrimônio, mantido em segurança máxima, estará protegido de catástrofes naturais e até mesmo de guerras nucleares. Sementes transgênicas não entrarão nesse santuário vegetal congelado.

O projeto já recebeu cerca de 100 milhões de sementes doadas por cem países e incluirá, obviamente, o Brasil.A mudança climática no planeta foi o que impulsionou o projeto, mas não foi o único motivo. Nos últimos anos, mais de 40 países tiveram os seus bancos de sementes destruídos em guerras e desastres naturais e ecológicos.

Mais a pergunta é : O que realmente esse cofre representa, para que ele foi feito? O governo espera reconstruir algo no futuro , mais poucos estão vendo isso.

O projeto, impulsionado pelo Governo norueguês, pelo Fundo Mundial para a Diversidade de Cultivos e pelo Banco Genético Nórdico, permite a criação de um depósito seguro de bancos de dois exemplares de sementes de cultivos alimentícios. Com isso, ele garante a sobrevivência frente a fenômenos como a mudança climática e catástrofes naturais.

Situada perto de Longyearbyen, em uma ilha do arquipélago norueguês de Svalbard, a arca do "fim do mundo" ou "Arca de Noé", foi escavada a 130 metros de profundidade em uma montanha de rocha sedimentar, impermeável à atividade vulcânica, a terremotos, à radiação e à elevação do nível do mar.






O primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, e a vencedora do prêmio Nobel da Paz 2004, a ativista queniana Wangari Maathai, foram os encarregados de colocar em seu interior as primeiras sementes, variedades de arroz de 104 países.

Na cerimônia, à qual compareceu o presidente da Comissão Européia (CE, órgão executivo da União Européia), José Manuel Durão Barroso, Stoltenberg chamou a construção de "bloco fundamental da civilização humana".

A arca acolherá, a princípio, 268 mil amostras de sementes - de uma capacidade total de 4,5 milhões de amostras e 2 bilhões de sementes, que foram acondicionadas em pacotes vedados dentro de caixas fechadas hermeticamente em cada uma das três dependências da câmara.

As sementes permanecerão armazenadas a uma temperatura de -18º Celsius, que garante baixa atividade metabólica e perfeito estado de conservação por séculos; em caso de falta de energia, o permafrost ártico (camada permanentemente gelada) do exterior atuaria como refrigerador natural.

As sementes só poderão ser extraídas da arca se todas as suas fontes tiverem sido destruídas ou se esgotado, a não ser que os países doadores - que são os proprietários das sementes - assim o requeiram.

O Governo norueguês assumiu a construção da instalação, orçada em 50 milhões de coroas norueguesas (US$ 9,4 milhões), enquanto o transporte das sementes e a manutenção da arca ficarão a cargo do Fundo Mundial para a Diversidade de Cultivos.

Operários dão os toques finais na porta da "caverna do juízo final", em Svalbarg: segurança sem a necessidade de guardas.

O projeto é das Nações Unidas em parceria com o governo da Noruega e financiamento de Bill Gates, fundador da Microsoft e um dos homens mais ricos do mundo.

O lugar está sendo chamado de "caverna do juízo final". Na verdade, o banco de sementes não terá utilidade apenas se houver uma hecatombe mundial. Há outros usos para as amostras de Svalbard. O mais imediato é servir como um reservatório genético, que poderá ser utilizado por cientistas para experimentar cruzamentos e desenvolver novas variedades de plantas. Uma espécie cultivada no passado mas hoje ignorada pelos agricultores pode conter um gene que a torna resistente a pragas. Nesse caso, a engenharia genética permitiria introduzir tal gene em uma variedade usada na agricultura, aumentando sua resistência a doenças. Também seria possível desenvolver plantas adaptadas a um mundo mais quente e com menos água. "Quanto maior for a variedade de sementes à disposição, maior será a capacidade humana de se adaptar ao aquecimento global, no futuro", disse a VEJA o americano Cary Fowler, diretor do Fundo Global para a Diversidade de Sementes, o nome oficial do projeto.

Fowler, que fica a maior parte do tempo em seu escritório em Roma, controlará a caverna remotamente, por meio de câmeras e sensores de vigilância. Depois que o estoque de sementes estiver colocado em três câmaras a 18 graus negativos, a caverna ficará sem funcionários nem seguranças. De novembro a janeiro, durante a noite polar do Ártico, as portas permanecerão sempre fechadas. Novas remessas serão levadas no verão. Os idealizadores do projeto apostam que, como fica em uma ilha remota, gélida e pouco povoada, o depósito está seguro. A caverna não será o único reservatório para as sementes, já que existem outros bancos espalhados por 75 países. Seu papel é ter uma cópia de segurança de todas as sementes dos demais depósitos. Segundo Fowler, mais da metade deles está em situação de risco devido a guerras, erros humanos e infra-estrutura precária.

Desde que o homem começou a cultivar os alimentos em vez de apenas coletá-los na natureza, as espécies foram modificadas para se tornar mais nutritivas e produtivas. Esse processo, conhecido como domesticação das plantas, teve início 11.000 anos atrás no Oriente Médio e ganhou força com a descoberta de técnicas agrícolas rudimentares. Com lâminas fincadas em pedaços de madeira ou de osso, os homens colhiam grãos com mais agilidade. Cestos ajudavam no transporte e tábuas porosas facilitavam a remoção da casca dos grãos.

A agricultura multiplicou entre dez e 100 vezes a produção por hectare, em comparação com as mesmas plantas na natureza. Hoje, caso a humanidade resolvesse abdicar da agricultura e voltasse a viver da caça e da coleta, estima-se que um terço da população ficaria sem comida. Um efeito colateral da opção por espécies cada vez mais produtivas e adequadas à agricultura e, mais recentemente, às exigências do mercado foi a queda na variedade de vegetais que compõem o cardápio da humanidade. Hoje, só o trigo, o arroz e o milho são responsáveis por mais da metade da dieta calórica mundial obtida com o consumo de vegetais.

Das 7.000 espécies de plantas já cultivadas pelo homem em algum momento de sua história, apenas 150 continuam a ser plantadas. Para atender aos padrões de qualidade e garantir colheitas elevadas, as sementes de uma mesma espécie produzidas atualmente também são muito parecidas entre si, o que eleva o poder destrutivo de um novo fungo ou inseto. O banco de sementes de Svalbard será a fortaleza à qual pesquisadores do mundo todo poderão recorrer em caso de emergências como essas. O depósito terá sementes silvestres e também as domesticadas. O Peru já enviou amostras de batata; a Colômbia, de feijão; e o México, de trigo e de milho.

Até o momento, as Filipinas foram o país que mais contribuiu, com 70.000 amostras de arroz. O Brasil também deve mandar em breve amostras de espécies conservadas pela Embrapa. Todas as sementes continuarão sendo propriedade dos países que as enviaram. "São amostras muito valiosas, nas quais foi investido muito trabalho por séculos", diz o embaixador Jorio Dauster, do Rio de Janeiro, membro do conselho do Fundo Global para a Diversidade de Sementes. Na fria Svalbard, esse tesouro estará a salvo.

Parece filme de ficção científica, mas é a mais pura realidade. Um projeto da Global Crop Diversity Trust já está sendo chamado de a “nova Arca de Noé”. Localizado na Noruega, bem próximo ao pólo norte, foi construído um cofre a 70 metros de profundidade, com temperaturas que variam de -10ºC a -20ºC.